quinta-feira, março 30, 2006

Fartos da Farda

Mudamos nosso penteado
Vestimos uma roupa sexy
Fizemos uma cirurgia plástica
Mas um militar ainda habita nossos corações.

Um militar habita nossos corações
E com seus charutos
O câncer foi espalhado
O cordial virou cardíaco.

Aquela conjuntura é na verdade estrutura
Mais sólida que nossos corroídos ossos
Que sofrem para receber o oxigênio
De nossas artérias entupidas de dinheiro sujo.

E nos sentimos tão livres...
Para viver à margem
De uma medula improdutiva
Livres como uma pedra nos rins.

Buscamos no horizonte uma saída
Enquanto em nossas veias cavas
Cava-se, cava-se, cava-se
Um buraco cada vez mais fundo.

Maquiagem, silicone, botox
Em nada nos ajuda
Pois ainda mantemos a posição de sentido,
Sem sentido.

Não. Muita coisa mudou sim.
Podemos agora avisar ao mundo
Sem nenhum tipo de punição
Que nós nos prostituímos.

terça-feira, março 28, 2006

Piada Nacional - Março

No samba da política no Brasil todo mundo dança, mas político só dança se for de alegria, afinal a política é chata, mas é legal (Pizza). Nessa baile de candidatura, Serra não largou a prefeitura e os tucanos apelam para Alckmia. Há quem diga que faltou tempero nessa magia. Do outro lado o PT pede a reeleição pra estrela cadente. A briga se espalha e até garotinho se mete no meio.
O povo viu a esperança ganhar e continua esperando, quase desistindo, éramos brasileiros e não desistíamos nunca, até que desistiram desse slogan. Tudo triste até o FHC dizer que a ética do PT é roubada (ufa, ainda bem que não é deles). O povo respirou aliviado. Por isso nada anda direito na granja do torto, a culpa não é do PT é dos cara que criaram a ética que eles roubaram.Ponto. O Genuíno falso não é do PT, é dos cara que eles roubaram, os roubos não são culpa do PT mas dos cara que eles roubaram. Amém.
Os tucanos também são santos por que tudo que eles fizeram foi roubada da política americana. A culpa não é do FHC se ele fez o que os outros mandaram, tucano é assim mesmo mete o nariz onde não foi chamado. É nesse cenário sacro que fica difícil escolher em quem votar. Todo mundo é inocente por que roubou. Ainda bem que a crise brasileira é made in fora. (Pizza). Só que, quebrando o contexto (desde quando política segue uma regra), tá cada vez mais difícil confiar até nos brancos e nos nulos.

domingo, março 26, 2006

E agora as tão esperadas charges envolvendo o nome do profeta Maomé:

Charges Charges Charges
Charges Maomé Charges
Charges Charges Charges




Esperava algo diferente disso? Amplie sua visão. Mosaico Cubista, vendo o mundo por vários ângulos.

sábado, março 25, 2006

Já recebi ameaças de morte e também de vida. Não adianta, é no amanhã, breve-hoje, que será divulgado o nosso grande sucesso: Charges envolvendo o nome de Maomé. Irei resistir a censura, mas antes vou para cama, boa noite.
Amanhã é o dia. Charges envolverão o nome do profeta.Uma terceira guerra irá iniciar? Esse blog provará que a liberdade de expressão é uma realidade falha? O mundo vai acabar? Jamanta vai morrer? Não adianta pedir pra parar, promessa é promessa, o mosaico quer polêmica. E amanhã tem mais: é dia de ofertas nas Casas Bahia. Aguarde.

sexta-feira, março 24, 2006

Semáforo

Andava no seu carro importado, desses cujo nome da marca até gringo enrola a língua pra falar, mas brasileiro fala direitinho por que é chique. Andava rápido, apesar do trânsito. Não queria parar, não podia parar, time is money. Seu tempo lhe valia ouro. E ouro lhe valia tudo – a vida. O mais rico do mundo, serei! Será o mais rico do mundo. Gostaria de ser o mais rico do mudo. Causaria inveja em muito pobre vagabundo Pára!!! O feio hidráulico lhe brecou o raciocínio. Sinal vermelho.
Em que mesmo pensava? Um moleque pedia dinheiro no sinal. Do lado a imagem da favela.Um mendigo paraplégico na esquina mendigava. Meu deus como tem gente pobre. Estava começando a ficar com dó. Não, dó é coisa dos frágeis, tinha pressa, abre sinal. Não abiu. A dó por dentro lhe corroia. Minha culpa. Culpa minha. Sentiu nos ombros o peso da desigualdade. Ele, tanto luxo. Os outros, vida-lixo. Tinha que ajudar. O remorso do caviar do almoço quase lhe fez vomitar. Sensação horrível. Por momento, vontade de se matar. Podia se matar. Iria se matar por certo. A sua riqueza era o flagelo de muitos.Se sentiu um ácaro social.
O sinal abriu, acelerou sem mudar de marcha graças ao câmbio automático. Em que mesmo pensava? A é, como queria ser o mais rico!!!

quarta-feira, março 22, 2006

Maçaneta

Nós, homem e os nossos problemas. Sentimo-nos sempre pequenos, precisamos de algo para reverenciar, para nos apegar. Apeguemo-nos então às maçanetas. Sim, é isso mesmo, nós devemos reverenciar esse símbolo sagrado e superior: a maçaneta.
À medida que crescemos, deixamos de reverenciar nossos pais, primeiros seres por nós idolatrados. A quem devemos dedicar então nossos cultos? Ora, cultuemos as maçanetas. Se nossos pais não têm a mesma ideologia que nós, as maçanetas nunca se queixam de ouvir nossas verdades.Se eles estão distantes de nós, a maçaneta sempre nos espera à porta de nosso quarto. Se eles não querem que nós tenhamos o futuro dos nossos sonhos, as maçanetas estão dispostas a abrir as portas para nós.
E nós, dispostos a negar o poder das maçanetas, ainda procuramos encontrar Deus. Porém, os representantes de Deus só conseguem nos dizer: “não usem camisinha”. Usemos então as maçanetas. Habemos maçanetum. Esperamos então o mandamento: “amai a maçaneta sobre todas as coisas”. De putas, elevemos as marias-maçanetas a santas. E quando alguém nos disser que somos burros como porta, processamo-lo por desrespeito à porta, templo das maçanetas.
Após as maçanetas substituírem nossos pais e Deus, nós devemos ampliar as suas zonas de atuação, e deixar Freud definitivamente ultrapassado: as maçanetas substituirão nosso apego ao sexo. Imaginemos os jovens adolescentes pagando caro para assinar a revista “play maçaneta” e suas mães dizendo “meu menininho está crescendo”. Será uma alteração total no comportamento humano, os psicólogos vão se acostumar a ouvir “doutor, eu sinto orgasmo sempre que abro alguma porta”, e irão dizer que toda atitude humana é condicionada pela tentativa de contato físico com uma maçaneta.
Sociólogos dizem que estamos vivendo a era do culto ao corpo. Chegou a hora de parar de reverenciar nós mesmo, chega de egoísmo, as maçanetas são coletivas. Aposto que se você é médico esteticista não gostou dessa sugestão, mas você continuará trabalhando, muitas donzelas ricas pagarão fortunas tara alterar suas maçanetas, seja para aumenta-las, reduzi-las, ou colocar Botox (excelente produto que será inventado para fixar as maçanetas às portas).
Ainda existe gente que se apega ao dinheiro. Deixemos de lado essa banalidade, atrelemos as maçanetas ao Dólar, a moeda americana sairá do mercado e tudo será cotado em maçanetas. “Doutor, deixa eu passar um flanelinha no seu carro, são cinco maçanetas e cinqüenta centavos”. As bolsas de valores irão à loucura avaliando o sobe e desce das maçanetas. Surgirá uma nova doutrina econômica: o maçanetismo.
Para que sermos patriotas, ufanistas, tolos? A maçaneta substitui o estado. A maçaneta pode ser símbolo de identidade para os povos. Os ricos utilizaram maçaneta de ouro, a classe média acompanhará desesperada a inflação das maçanetas, e o MSM (movimento dos sem maçanetas) invadiram casas cujas maçanetas estiverem enferrujada. Os jornais anunciaram diariamente: “Jovens rebeldes destroem porta eletrônica de banco que não possuía maçanetas”. Nada de Estada, já que as maçanetas são a nova panacéia mundial.
Larguemos definitivamente ciência. Ou melhor, vamos manter apenas a maçanetologia. Quem se importa que o petróleo acabará um dia? Sempre existirá matéria prima para produzir maçanetas. Os americanos serão os primeiros a levar uma maçaneta a marte, os japoneses inventaram maçanetas high tec, os norte-coreanos inventaram a maçaneta-boba. E algum cientista irá anunciar o princípio da relatividade do momento resultante das forças nas maçanetas.
Nas rodinhas de amigos, nós sempre teremos assunto. “Você viu a maçaneta nova que a Clarafina colocou na porta da casa dela?”. “Moleque endiabrado, que desrespeito, escreveu maçaneta com dois ss”. O pai de família esperará o dia inteiro para tocar na maçaneta da porta de sua casa e a sua esposa o receberá dizendo: “você é a maçaneta da porta do meu coração”. Em seguida ele sentará na sala e pegará na maçaneta-remoto da televisão.
Já que precisamos nos apegar a alguma coisa, nos apeguemos à maçaneta. E vamos logo antes que ela comece a ser manipulada.

terça-feira, março 21, 2006

Não adianda pedirem para parar, ironizar minha capacidade de desenho, ou fechar os olhos para o que está acontecendo: domingo, sem falta, charges envoverão o nome do profeta. Para aumentar a polêmica (e a propaganda), acrescento: vem aí Berlinda. Amanhã, post de um dos meus textos históricos (o termo velho não é muito comercial).

segunda-feira, março 20, 2006

Manifesto neopós.

Está na hora de elucidar o movimento artístico neopós: ele é virtual (não por usar caracteres da internet, mas por não ter caracteres definidos). Sim, o neopós não existe, seu manifesto deveria ser um combate à página em branco.
Para continuar um pouco de etimologia: o "neo" que dizer novo e é muito utilizado para se referir ao que vem depois (neoarcadismo, neodarwinismo, neo-mordenismo). O "pós" significa "que vem depois" e é usado muito para tentar nos convencer que nada é novo. Vivemos no pós-guerras, na sociedade pós-industrial, na fase pós-moderna, enfim no pós-tudo. Acho que somos pós-humanos.
É nesse contexto que vem a página em branco do neopoísmo. A página em branco do fim do livro. O mundo não acabou, muito há por vir, é dada a hora de tomar consciencia que somos personalidades da história. (Não quero me candidatar´, quero mostrar aos crentes que o mundo não acabou no ano 2000).
A página em branco faz referência à paz que pensam que atingimos. A paz é não viver em guerra. Se vivemos no pós-guerras, vivemos na paz?
A página em branco representa a falta de assunto, ilusão de que tudo já foi discutido. Acabou-se os temas de nossa nova idade sem novidades. O tédio que alienia o homem.
O neopós não é estilo não é nada. Só o conbate ao sentimento de quem acha que vivemos no neopós (a expressão é irônica), na época de folhas em branco.

domingo, março 19, 2006

Uma semana para a polêmica: charges envolvendo o nome do profeta. É no domingo que vem.
Uma única palavra pode resumir o mundo: "Mundo".

sábado, março 18, 2006

Em breve charges envolvendo o nome do profeta Maomé.
ESTÓRIA SEM COMEÇO

Muita espera, quande enfim começa o novo. Seria hora de um daqueles festins com música (tambores comemorando a estréia), comida (carne para agradar até vegetarianos), bebida à vontade e essas coiseras tradicionais. Más, afinal o que é um começo. Pensei comigo mesmo e descobrir que começar é igual a reiventar o nada. Do nada apenas o nada consegue emergir. Pra que do nada entendeu nada, digo que é impossível construir uma casa sem solo para assentá-la.
Todo começo principia antes de seu princípio, o começo tem um começo que o antecede e que é antecedido por outros começos. Nem uma estória começa em um ponto delimitado (talvez por isso não exista ponto inicial, só o ponto final é utilizado), há sempre um pressuposto, sempre se pressupõe um contexto histórico.
E a idéia de começo? Ela varia com a opinião das pessoas. Quando começa, por exemplo, uma festa? Para os convidados, na hora da comida. Para os donos, durante a preparação. Para os empregados, a festa não começa pois ela é um trabalho. As opiniões variam mais se a festa for de casamento. Os românticos dizem que a festa começa com o primeiro ósculo virginal dos pombinhos puros. Para o padre, a festa começa depois da benção do espírito santo. Para os padrinhos, a festa começa após ter sido paga a última prestação dos presentes. Para os noivos (ah, os noivos!), a festa começa depois da festa, durante a lua de mel.
Se uma mera festa pode divergir a opinião de pessoas, o que dizer de assuntos pôlemicos, como o início de uma nova vida humana, o começo do universo, a origem (e os culpados) de uma guerra. Quem tiver maior poder de dominação impõe sua idéia, e assim a idéia de começo começa a ser iniciada.
Final. Se alguém acreditar no texto, será um bom começo?